A Paixão e Morte de Cristo

A Paixão e Morte de Cristo

 

A Paixão e Morte de Cristo

 

 Queridos jovens  vamos iniciar o Encontro de Hoje com a leitura do Evangelho de são João, o único Apóstolo que permaneceu fiel a Jesus até o fim. Embora sendo o caçula, isto é, o mais novo dos Apóstolos, permaneceu fiel a Jesus, seu Mestre e Senhor até o fim, como acabamos de ouvir da sua própria boca. João, irmão de São Tiago, outro Apóstolo, tinha, no máximo, 17 anos quando foi chamado por Jesus. Ele e seu irmão Tiago eram pescadores no Lago de Tiberíades ou Lago de Genesaré ou, então, Mar da Galiléia. É de fato, um lago, mas por causa de sua grandeza, é chamado “Mar da Galiléia”. É tão imenso que não se pode enxergar uma margem da outra. Para vocês terem uma idéia, eu conheci o rio Negro, no Estado do Amazonas e o rio Valpés, um afluente do rio Negro Apesar de ter quase três quilômetros de largura, é possível ver a outra margem. O Lago de Tiberíeades não se enxerga as margens. Pois bem, à beira desse Lago Jesus, ao passar, encontrou dois irmãos consertando as redes após uma pescaria: “Caminhando mais um pouco, Jesus viu Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca consertando as redes. Jesus logo os chamou. E eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados e partiram, seguindo a Jesus” (Mc 1,19-20).

(A partir desse momento, o catequista convida algum catequizando a proclamar parte do Evangelho de Marcos, Capítulos 14,43-72 e 15,1-47). É o texto mais curto da Paixão e Morte de Jesus. Esse texto deverá ser lido com calma, a fim de penetrar no coração de todos. (Após alguns minutos de silêncio, o catequista passará o conteúdo que está abaixo):   

Há pelo menos dois livros sérios sobre a paixão e morte de Jesus, em português. O mais antigo, escrito há mais de trinta anos, é do medico e cirurgião francês Pierre Barbet que estudou o assunto durante 25 anos. O livro se chama “A Paixão de Cristo Segundo o Cirurgião” (Ed.Loyola, SP). Outro livro recente, sério, cientifico, é do Dr. Frederick, um médico legista americano, um dos mais conceituados peritos criminais em todo o mundo e professor da Universidade de Columbia, dissecou a morte de Jesus com a objetividade científica da medicina.  

Ele foi patologista-chefe do Instituto Médico Legal de Nova York durante 35 anos. As suas conclusões estão no livro “A crucificação de Jesus - as conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na visão de um investigador criminal”, recém-lançado no Brasil (Editora Idéia e Ação, 455 págs.). 

Dr. Frederick, de 76 anos, é católico convicto, e realizou suas pesquisas com amor, devoção e  respeito a Jesus Cristo, durante  meio século de sua vida estudou a verdadeira “causa mortis” de Jesus. Escreveu três livros e mais de dois mil artigos sobre o assunto, todos publicados em revistas especializadas, nos quais revela como foi a crucificação e quais as conseqüências físicas, do ponto de vista médico, dos flagelos sofridos por Cristo durante as  18 horas de sua paixão.  

O legista afirma que a “causa mortis” de Jesus foi parada cardiorrespiratória decorrente de hemorragia e perda de muito sangue. Isso combinado com choque traumático decorrente dos castigos físicos que Jesus sofreu.  

Para seus estudos Dr. Zugibe utilizou uma cruz de madeira construída nas medidas que correspondem às informações históricas sobre a cruz de Jesus (2,34 metros por 2 metros), selecionou voluntários para serem suspensos, monitorou eletronicamente cada detalhe.  

Os seus estudos sobre a morte de Jesus começam no Jardim das Oliveiras, quando Jesus passa por sua agonia mortal; em seguida  condenação, açoitamento e crucificação. O médico analisou o suor de sangue de Jesus no Horto das Oliveiras;  segundo o legista, com o fenômeno da hematidrose, raro na literatura médica, mas que pode ocorrer em indivíduos que estão sob forte stress mental, medo e sensação de pânico. As veias das glândulas que ficam embaixo dos poros se comprimem e depois se rompem, e o sangue mistura-se então ao suor que é expelido pelo corpo. 

Jesus  foi vítima de extrema angústia mental e isso drenou e debilitou a sua força física até a exaustão total. Para descrever com precisão os ferimentos causados pelo açoite, Dr. Zugibe pesquisou os tipos de chicotes que eram usados no flagelo dos condenados. Em geral, eles tinham três tiras e cada uma possuía na ponta pedaços de ossos de carneiro ou outros objetos pontiagudos de ferro. A conclusão é que Jesus Cristo recebeu 39 chibatadas (o previsto na  Lei Mosaica), o que equivale a 117 golpes, já que o chicote tinha três pontas. As conseqüências médicas são hemorragias, acúmulo de sangue e líquidos nos pulmões e possível rompimento no baço e no fígado. A vítima também sofre tremores e desmaios, reduzida a uma massa de carne destroçada, ansiando por água, diz o legista. 

Ao final do açoite, uma coroa de espinhos foi cravada na cabeça de Jesus, causando sangramento no couro cabeludo, na face e na cabeça. Os espinhos atingiram ramos de nervos que provocam dores terríveis quando são irritados. É o caso do nervo trigêmeo, na parte frontal do crânio, e do grande ramo occipital, na parte de trás. As dores do trigêmeo são descritas como as mais difíceis de suportar e há casos nos quais nem a morfina consegue amenizá-las.  

Em busca de precisão científica, Dr.Zugibe foi a museus de Londres, Roma e Jerusalém para se certificar da planta exata usada na confecção da coroa. Entrevistou botânicos e em Jerusalém conseguiu sementes de duas espécies de arbustos espinhosos. Ele as cultivou em sua casa. O pesquisador concluiu então que a planta usada para fazer a coroa de espinhos de Jesus foi o espinheiro- de-Cristo sírio, arbusto comum no Oriente Médio e que tem espinhos capazes de romper a pele do couro cabeludo.  

Após o suplício dessa coroação, amarraram nos ombros de Jesus a parte horizontal de sua cruz (cerca de 22 quilos) e penduraram em seu pescoço o título, placa com o nome e o crime cometido pelo crucificado,  em latim, INRJ - Jesus Nazareno Rei dos Judeus. Jesus caminhou com a cruz, segundo Dr. Zugibe, oito quilômetros. Segundo ele, Cristo não carregou a cruz inteira, a estaca vertical costumava ser mantida fora dos portões da cidade, no local onde ocorriam as crucificações.  

Ao chegar ao local de sua morte, nos dois pulsos (não nas palmas das mãos, como mostram as imagens do Crucificado em nossas igrejas) de Jesus foram pregados à cruz com pregos de 12,5 centímetros de comprimento. Esses objetos perfuraram os pulsos, região por onde passam os nervos medianos, que geram muita dor quando feridos. Preso à trave horizontal, Cristo foi suspenso e essa trave, encaixada na estaca vertical. Os pés de Jesus foram pregados na cruz, um ao lado do outro, e não sobrepostos mais uma vez, ao contrário do que a arte e as imagens representaram ao longo de séculos. Os pregos perfuraram os nervos plantares, causando dores horríveis e contínuas. 

Preso à cruz, Cristo passou a sofrer fortes impactos físicos. Para conhecê-los em detalhes, o médico legista reconstituiu a crucificação com voluntários assistidos por equipamentos médicos. Os voluntários tinham entre 25 e 35 anos e o monitoramento físico incluiu eletrocardiograma, medição da pulsação e da pressão sangüínea. Todos os voluntários observaram que era impossível encostar as costas na cruz. Eles sentiram fortes cãibras, adormecimento das barrigas da perna e das coxas e arquearam o corpo numa tentativa de esticar as pernas. 

Dr. Zugibe analisou três teorias principais sobre a causa da morte de Jesus: asfixia, ruptura do coração e choque traumático e completamente sem forças. Ele afirma que a teoria mais propagada é a da morte por asfixia, mas ela jamais foi provada cientificamente. O cirurgião francês Pierre Barbet defende que Jesus morreu por asfixia, Zugibe classifica essa tese de indefensável sob a perspectiva médica.  

Quanto à hipótese de Cristo ter morrido de ruptura do coração ou ataque cardíaco, Zugibe alega ser muito difícil que isso ocorra a um indivíduo jovem e saudável, mesmo após exaustiva tortura: Arteriosclerose e infartos do miocárdio eram raros naquela parte do mundo. Só ocorriam em indivíduos idosos. Ele descarta a hipótese por falta de provas documentais. Para ele a causa da morte foi o choque causado pelos traumas e pelas hemorragias. A isso somaram-se as terríveis dores provenientes dos nervos medianos e planta dos pés, o trauma na caixa torácica, hemorragias pulmonares decorrentes do açoitamento, as dores da nevralgia do trigêmeo e a perda de mais sangue depois que um dos soldados lhe perfurou o peito, abrindo o átrio direito do coração.  

Dr. Zugibe diz que os seus estudos aumentaram a sua crença em Deus: Depois de realizar os meus experimentos, eu fui às escrituras. É espantosa a precisão das informações. Ao final dessa viagem ao calvário, Zugibe faz o que chama de sumário da reconstituição do julgamento de Jesus por Pilatos, que era Romano e Governador da Judéia, e pelas autoridades judaicas, Anás e Caifás, representantes da Religião Judaica.  E chega à definitiva “causa mortis” de Jesus, em sua científica opinião: Parada cardíaca e respiratória, em razão de choque traumático e hipovolêmico, resultante da crucificação. 

Quando encontramos pessoas sérias que fazem estudos científicos sem  preconceitos  de destruir verdades da Igreja Católica, acabamos por perceber que a ciência e a fé caminham juntas e que a ciência nos mostra as razões de nossa fé e nossa esperança. Nosso Deus é Deus do Universo e a ciência só esclarece as maravilhas que Ele fez por nós!

(Favor terminar o encontro com a seguinte oração):

 

Perdoa-me, Senhor Jesus

 

Jesus, coloca tuas mãos benditas ensangüentadas, tuas chagas abertas sobre mim neste momento. Sinto a necessidade de tua graça, de tua força para segui-lo e ser um bom católico. Sozinho, nada posso. Mas, com a tua graça e tua ajuda, poderei dar testemunho de Ti em todos os lugares que freqüento: minha casa, com meus colegas, no colégio, nas baladas, no meu namoro, e no relacionamento com todos os meus irmãos e irmãs. Humildemente, peço-te perdão de todos os meus pecados e pelos pecados de toda a humanidade. Às vezes, sinto-me completamente sem forças porque as tentações são grandes e fortes nos dias hoje, especialmente para mim que sou jovem. Preciso que a força de tuas mãos, que suportaram a mais profunda dor a serem pregadas na Cruz reergam-me e perdoem minhas falhas.

Jesus, não peço somente por mim, mas também por todos aqueles que mais amo e por aqueles que ainda não amo bastante.

Eu reconheço, apesar de toda a minha limitação e dos meus muitos pecados, que o Senhor use de misericórdia para comigo. Com fé e total confiança posso dizer: “Mãos ensangüentadas de Jesus, Mãos feridas lá na Cruz! Vem tocar em mim e em meu coração”.

Vem, Senhor Jesus!

(Caso seja possível, levar um crucifixo e pedir que cada um beije o crucificado)

O Papa Bento XVI, pela primeira vez na história, dará Indulgência Plenária (perdão de todos os pecados) a quem participar piedosamente da Celebração das três horas na Sexta-feira Santa, comungar e beijar com respeito o Sagrado Lenho. Você não quer ser perdoado de todos os seus pecados? Então, venha participar dessa Celebração.

 

                                                                                  Pe. José Roberto Bertasi, mSC

                                                                                                          Pároco