Quinta feira santa

Quinta feira santa

Quinta-feira Santa

 

- Iniciar o Encontro com a Leitura 1ª Carta de Paulo aos Coríntios, Capítulo 11,17-34.

- Depois da Leitura, provocar um instante de silêncio.

- Iniciar a explanação da Quinta-feira Santa.

Iniciamos, à noite de Quinta-feira Santa, com a missa da Ceia do Senhor o Tríduo pascal: a celebração da morte e da ressurreição do Senhor. Somos convidados a acompanhar Jesus nos momentos derradeiros de sua vida terrena e “revestir-nos dos mesmos sentimentos de Cristo” ao reviver os mistérios centrais de nossa fé

O centro da celebração da Quinta-Feira Santa é a instituição da Eucaristia (Missa) e do sacerdócio ministerial, isto é a instituição do Sacramento da Ordem (Padre) e o Novo Mandamento do amor que Jesus deu aos seus Apóstolos.

São João, o autor do quarto evangelho, não narra a instituição da Eucaristia, provavelmente, porque os outros três evangelhos (Marcos, Mateus e Lucas) e São Paulo já o haviam feito, como acabamos de ler na 1ª Carta de Paulo aos Coríntios. E, além do mais, quando João escreveu o seu Evangelho no final do primeiro século, a celebração da eucaristia (Missa) já era celebrada nas comunidades cristãs.

Sabemos pelos evangelhos  de Marcos, Mateus e Lucas, e pela Primeira Carta de Paulo aos Coríntios que escutamos há pouco que, na noite, antes de sua Paixão, Jesus instituiu a Eucaristia. “O Senhor Jesus tomou o pão e depois de dar graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. Depois da ceia, tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”.

Jesus instituiu a Eucaristia, que é o sacramento, o memorial perpétuo das maravilhas de Deus realizadas por seu Filho Jesus. Jesus dá um sentido totalmente novo à Páscoa judaica que ele celebrou com os seus discípulos, na noite, antes de ser entregue. A Páscoa judaica, como escutamos na primeira leitura do livro do Êxodo, é o memorial, isto é, a atualização da libertação do povo de Israel da escravidão do Egito.

Na ceia, Jesus antecipa nos sinais do pão e do vinho o seu sacrifício e a entrega que ele fará no dia seguinte. O pão e o vinho são sinais reais, concretos e eficazez de Jesus que se entrega à morte para a salvação de todos num ato extremo de amor e de solidariedade para com a humanidade. É a Nova e Eterna Aliança de Deus com a humanidade, selada no  sangue de Jesus na cruz. Por duas vezes, Paulo cita as palavras de Jesus: “Fazei isto em memória de mim”. Jesus ordena, portanto, aos seus Apóstolos, constituindo-os sacerdotes do Novo Testamento e àqueles que na Igreja participariam ministerialmente do seu sacerdócio pela ordenação que repetissem essas suas palavras, esse seu gesto de geração em geração, até a sua volta.

Portanto, até hoje, depois de mais de dois mil anos de História da Igreja Católica, nunca se quebrou a continuidade do sacerdócio. Os Apóstolos ordenaram outros homens e esses outros até chegarmos aos dias de hoje. O Pe. José Roberto e outros padres que vocês conhecem, são sucessores de algum Apóstolo. Por isso, eles tEm o poder de celebrar a Missa e consagrar o pão e o vinho que, depois da consagração, se tornarão o Corpo e o Sangue de Cristo. Esse poder foi dado por Jesus quando disse: “Continuem a fazer isso para celebrar a minha “memória”. O que quer “fazer isso para celebrar a minha memória’? Isso quer dizer: Repitam esse gesto até o final do mundo. Prestem atenção: Em todos os Sacramentos, menos no Matrimônio, que estudaremos mais tarde, não é o padre quem batiza, perdoa os pecados, consagra, unge os doentes, e Crisma, mas é o próprio Jesus Cristo. Somente no Sacramento da Crisma é reservado ao Bispo, mas ele pode pedir a um padre que faça em nome dele. Deu para entender?

 (Aproveite a oportunidade para perguntar aos crismandos, que repitam o que você acabou de explicar).  Dê alguns momentos para que alguns se manifestem.

 Ele faz tudo isso “na pessoa de Cristo”(in persona Christi), isto é, faz em nome de Cristo. Por isso, a Igreja Católica, sempre chamou o padre um “outro Cristo” (Alter Christus). Por isso, as crianças, jovens, adultos e idosos, pedem a bênção do padre. Sabem o por quê? No dia da ordenação do padre, o bispo ungiu as mãos do padre com o óleo da Crisma que é sinal de consagração a Deus. Você recebeu esse óleo no Batismo e vai recebê-lo no dia de sua Crisma. Isso significa que você pertence totalmente a Deus e faz parte da Igreja Católica e irmão ou irmã de Cristo

 Deu para entender? ( mais um tempo de silêncio e, após, pergunte a uma ou duas pessoas que repitam com suas próprias palavras o que você acabou de explicar).

Agradeçamos a Jesus a Instituição da Eucaristia, memorial, isto é, Jesus se faz presente novamente na Eucaristia. A Paixão de Cristo ainda não terminou, pois continua sofrendo nas vítimas da fome, da violência, dos sem casa, dos que não tem moradia, dos desempregados, dos doentes, dos drogados, das meninas e meninos prostituídos, dos dependentes do álcool, das prostitutas, das vítimas da pedofilia, do “ficar” (expliquem, por favor. Se algum catequista não souber explicar, favor perguntar ao padre), do adultério, do divórcio, da relação sexual antes do casamento na Igreja, das relações sexuais durante o casamento com outra pessoa, do homossexualismo, da esterilidade,da impotência sexual, da exibição do corpo (chamada culto ao corpo humano, ou exibicionismo), quer dizer, mostrar o corpo para atrair homens e mulheres, esquecendo-se que o corpo é morada, templo e sacrário de Deus, como diz São Paulo: “Não sabeis que vossos corpos são templos do Espírito Santo? Pelo Batismo, vocês se tornaram templos de Deus.”

(Outra pequena pausa, silêncio total, a fim de que você e seus crismandos, pensem seriamente no que foi exposto).

      A Eucaristia é Jesus em nosso meio, alimento espiritual e garantia de vida eterna. Rezemos pelos nossos padres e pelas vocações sacerdotais para que não nos falte santos qualificados e numerosos ministros para anunciar a Palavra de Deus, administrar os sacramentos e servir o povo de Deus.

No lugar da instituição da Eucaristia, São João narra a cena do Lava-pés.

Durante a ceia com seus discípulos, “Jesus levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”. Participar da Eucaristia, comungar o corpo e o sangue de Cristo, é comprometer-se a fazer da própria vida uma entrega fraterna e solidária aos nossos irmãos, especialmente, aos mais necessitados, os enfermos, os pobres, as pessoas com deficiência, os anciãos, as crianças. É importante que ao procurarmos ajudar os outros, contribuamos para que aqueles que ajudamos sejam sujeitos de sua própria promoção e não só destinatários de mera assistência, de simples ajuda. Dessa forma, estaremos colaborando para a promoção das pessoas e evitando o perigo de continuar perpetuando a desigualdade social.

Terminar o Encontro com a Leitura do Evangelho de São João, capítulo 13, 1-17.

Após um instante de silêncio, pedir que cada crismando se ajoelhe diante de outro e simbolicamente, beije o pé do outro e vice e versa.