“Anunciai o Evangelho”!
O Documento de Aparecida tem como finalidade, formar “Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, para que nossos povos têm mais VIDA”! A Igreja inteira da América Latina e Caribe está convocada a ser discípula e missionária de Jesus Cristo. Nunca foi tão urgente ouvir, como discípulo o Mestre Jesus Cristo e ser enviado por ele por todos os lugares desse vasto Continente. A Igreja, desde seu início, necessitou de discípulos, a exemplo de Jesus que tinha homens e mulheres discípulos e discípulas. Eles sentavam aos pés do Mestre para escutar seus ensinamentos. Foram três anos de escuta! Antes de subir ao céu, deu uma ordem: “Ide pelo mundo inteiro e pregai o Evangelho até os confins do mundo” (Mc 16). Há dois mil anos a Igreja foi fiel a essa ordem de Jesus. Foi por causa da fidelidade a essa ordem de Jesus, que o Evangelho chegou até nós. A Igreja tem dois mil anos! São Paulo, o grande missionário vai dizer: “Aí de mim se não pregar o Evangelho”!
No entanto, como anunciar o Evangelho sem ser discípulo? Ninguém dá o que não tem! É necessário estudo, formação, oração e muito despojamento. Assim, tornamo-nos missionários. E a formação é permanente, pois o Evangelho é uma fonte inesgotável que jorra para a vida eterna.
Deus, o Senhor da Messe, coloca em suas mãos, crianças, adolescentes, jovens e adultos. A sua missão é ENSINAR o que Jesus ensinou e VIVER como ele viveu. Se a fé e a vida não caminharem juntas, seremos apenas repetidores e não formadores. Vejam a nossa responsabilidade!
A Igreja é uma Instituição organizada que presta um serviço ao mundo. Por isso, ela é Católica (Universal) porque está presente no mundo todo. É uma Comunidade de seguidores de Jesus Cristo. Daí, o apelido que os cristãos ganharam logo depois de Pentecostes, ou seja, CRISTÃOS, aquele que seguem a Cristo. Cada batizado exerce um ministério na Igreja. A exemplo de seu Fundador, somos uma Comunidade de servidores. “Eu não vim para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos”. O Lava-Pés (Jo 13), Jesus nos emociona. Ele mesmo lava os pés dos Apóstolos. Lavar os pés era serviço de escravo, de servo. Por isso, Pedro se assusta e não quer permitir que seus pés sejam lavados por Jesus. É isso mesmo. Ser cristão é servir, gastar a pele, a saúde, o tempo, para que o Evangelho chegue aos confins do mundo. Uma Igreja que não é servidora está traindo o Mestre Jesus.
Coragem! Ânimo! Jesus precisa de nossas mãos, dos nossos pés, da nossa boca e, especialmente, do nosso coração generoso. Há exemplos extraordinários nesses dois mil anos da Igreja. Primeiramente, o próprio Jesus. Ele deixou o maior sinal do serviço (Jo 13,1-11), O Lava-Pés. Temos o privilégio de venerar santos e santas nesses dois mil anos de Igreja: São José, os Apóstolos e Mártires, São Francisco de Assis, Santa Terezinha, Santa Tereza D’Ávila, Pe. Kolbe, Pe. Pró, São Vicente de Paulo, Santa Maria Goretti, São Pio, Beato José de Anchieta, Santo Antonio Galvão, Santa Paulina, Beata Madre Teresa de Calcutá, Beato João XXIII, e não podemos nos esquecer do Papa João Paulo II, cujo processo de beatificação está em pleno vapor. São milhares de homens e mulheres, papas, bispos, padres, religiosos (as) e leigos (as) que deram sua vida a serviço da Evangelização. Todos somos pastores e pastoras e “queremos seguir estimulando a ação evangelizadora da Igreja, chamada a fazer de todos os seus membros discípulos (as) e missionários (as) de Cristo, Caminho, Verdade e Vida, para que nossos povos tenham vida” (DA n.º1) Fazemos isso em comunhão com a Diocese de Itapetininga. “Maria, Mãe de Jesus Cristo e de seus discípulos, tem estado muito perto de os, amparando-nos, na dobra de seu manto, sob sua maternal proteção. Temos pedido a ela, como Mãe, perfeita discípula e professora da evangelização, que nos ensine a ser filhos
Podemos ser missionários nas grades cidades? “A Igreja em seu início se formou nas grandes cidades (ler as Cartas de Paulo), e se serviu delas para se espalhar. Por isso, podemos realizar com alegria e coragem a evangelização de nossa cidade” (DA nº,513). Nossa Diocese está preocupada com a renovação das Paróquias, setorização. Mas, tanto o bispo como os padres, percebem atitudes de medo em relação à pastoral urbana; tendências a se fechar nos métodos antigos, fechar-se dentro da Igreja, das Pastorais e Movimentos. Nada de olhar para o próprio umbigo. É preciso valentia, coragem e sair pregando pelos telhados das casas, como nos diz Jesus. A Igreja, desde a sua origem foi missionária. Se deixar de ser missionária, morrerá!!! Não devemos nos desanimar diante de tantos desafios.
Finalmente, gostaria de manifestar minha gratidão a todos e a todas que, escutando o chamado de Jesus, mesmo sacrificando sua família, seus momentos de descanso, seus trabalhos, etc., levam a sério seu ministério na Igreja, por amor a Cristo e a tantos irmãos e irmãs. E confesso: são poucos! “A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”. Vamos em frente, pois o caminho é longo.
Um Deus lhes pague a todas (os) e que o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo recompense a todas (os).
Catequese: Caminho para o Discipulado
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Estamos a caminho. Iniciamos Quaresma: tempo de oração, esmola e jejum. Tempo de silêncio, meditação e aprofundamento do maior Mistério de nossa Fé: a Páscoa do Senhor Jesus, sua ressurreição e vitória sobre o pecado e a morte. Nele, todos nós somos chamados à vida. Iniciamos, ao mesmo tempo, na Campanha da Fraternidade. Nesta mesma dinâmica, somos convidados pela Igreja do Brasil, a percorrermos no Ano Catequético 2009, o caminho para o discipulado, com o lema: “Nosso coração arde quando Ele fala, explica as Escrituras e parte o pão” (Lc 24, 13-34). Este evento se liga intimamente ao Documento de Aparecida que nos convida a “formar discípulos missionários de Jesus Cristo para que nele todos os povos tenham vida”.
O Sínodo dos Bispos de 2008 com o tema: “A Palavra de Deus na Vida e Missão da Igreja”, juntamente com o Sínodo anterior (de 2005) sobre o tema: “Eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da Igreja” impulsionam o povo de Deus a unir na celebração eucarística a meditação da Palavra e a receber o Senhor na Eucaristia. Isto o renova para testemunhar Jesus na vida pessoal, familiar, social, econômica e política. Retomemos a meditação do Sínodo dos Bispos. A Mensagem ao Povo de Deus apresenta o conteúdo do Sínodo sobre a Palavra em 4 imagens:
a) – A voz da Palavra é a Revelação – Toda a criação surge a partir da Palavra pronunciada por Deus. No seu ápice está a criação do homem e da mulher, à imagem e semelhança do Criador. E Deus acompanha sua história, ouve seus gemidos e súplicas, vê suas situações de miséria e pecado.
b) – O Rosto da Palavra é Jesus Cristo – nossa religião não é a religião do livro que nos traz palavras, histórias. É a religião da Palavra Encarnada, que veio ao mundo: “No começo era a Palavra e a Palavra era Deus... Tudo foi feito por meio dela” (Jo 1, 1.3) “E a Palavra se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). A Palavra feita carne, assume nossa condição humana, sem perder a sua divindade. O Divino entra na história, numa cultura, numa época.
c) – A Casa da Palavra é a Igreja – Ela tem como missão anunciar a Palavra, isto é, anunciar Jesus Cristo ao mundo. Os pontos altos deste anúncio são: a homilia (unidade entre mesa da Palavra e mesa da Eucaristia), a Liturgia das Horas, a Lectio Divina, a Catequese e a prática da Palavra que é a Caridade.
d) – O Caminho da Palavra é a missão – Cristo Ressuscitado ordenou aos Apóstolos que partissem para anunciar em todo o mundo. A Pa-lavra deve ser anunciada em todos os cantos e através de todos os meios, sempre encarnando-se na vida das pessoas, das famílias e da sociedade. O Ano Catequético Nacional se insere nesta dinâmica de Fé e Missão. O tema escolhido acentua o dado experiencial, isto é, o encontro com Jesus no caminho, na Palavra e na Eucaristia. O texto-base adota o Ver-Julgar e Agir a partir do relato dos Discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35). A iniciativa é de Jesus. Ele se põe a caminho com os discípulos desorientados. Escuta. Pergunta. Eles falam. Expõem sua angústia: Jesus de Nazaré prometeu realizar o Reino de Deus, mas morreu...dizem que está vivo... Jesus revela-lhes a Palavra contida nas Escrituras. Depois senta-se à mesa e parte o pão. Aí, eles O reconhecem. E partem imediatamente para Jerusalém para se juntar à Comunidade. Os discípulos hoje – os catequistas e as catequistas - também são esco-lhidos por Jesus. São enviados ao mundo, marcado por luzes e sombras: no-vos rostos de pobreza, excluídos; um mundo que supervaloriza a subjetividade individual, o imediatismo sem projetos e sem fundamentos; a globalização com valores (como novas tecnologias) e desvalores como a exclusão social; a polí-tica, por um lado com iniciativas públicas solidárias e, por outro, com a corrup-ção e a violência. Eles devem se fazer presentes. Devem ouvir. Devem apresentar a Palavra, os valores positivos do Evangelho. Devem apresentar o próprio Jesus. E na Igreja e com a Igreja, partir o pão da Eucaristia. Reunir em comunidade, a Igreja de Jesus. Queremos nos unir a esta iniciativa da Igreja do Brasil e aprofundar seu conteúdo e vivência. Em termos de datas, o Ano Catequético 2009 vai iniciar no dia 19 de abril, 2º Domingo da Páscoa e se concluirá na Festa de Cristo Rei, no dia 22 de novembro. Pedimos ao Cristo Rei se faça presente em nossa caminhada de DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS |
Finalmente, gostaria de manifestar minha gratidão a todos e a todas que, escutando o chamado de Jesus, mesmo sacrificando sua família, seus momentos de descanso, seus trabalhos, etc., levam a sério seu ministério na Igreja, por amor a Cristo e a tantos irmãos e irmãs. E confesso: são poucos! “A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”. Vamos em frente, pois o caminho é longo.
Um Deus lhes pague a todas (os) e que o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo recompense a todas (os).
Pe. José Roberto Bertasi, mSC