“Os noivos são convidados a viver a castidade na continência. Nessa provação eles verão uma descoberta do respeito mútuo, urna aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem ambos da parte de Deus. Reservarão para o tempo do casamento as manifestações de ternura específicas do amor conjugal. Ajudar-se-ão mutuamente a crescer na castidade” diz o Catecismo da Igreja Católica [2]
e neste contexto – ao falar dos noivos – também se incluem os namorados, e como foi dito, certas manifestações de ternura são específicas do amor conjugal, ou seja, dos que já estão casados, e dessas a principal manifestação é a relação sexual.
“O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana. Foi definido como "uma palavra, um ato ou um desejo contrários à lei eterna”. - Catecismo
Pe. Thomas Morrow:
“Uma pergunta clássica entre os solteiros diz respeito ao french kiss ou beijo de língua. É aceitável? Redondamente, não. Houve mulheres que me disseram serem capazes de fazê-lo sem se sentirem excitadas, e acredito nelas. Mas, é difícil encontrar um homem normal que não se excite com um beijo de língua. As mulheres são responsáveis pelo que provocam no homem, assim como pelo que provocam e si mesmas.
Um estudante disse-me: - "Padre, eu consigo dar um beijo de língua sem excitar-me". Repliquei-lhe: - "Talvez seja porque o faz mal". Também pode ser porque, pela prática constante, um homem se torne insensível, mas esse processe de insensibilização esconde já muitos pecados graves [...]
O propósito do namoro é chegar a conhecer a outra pessoa para ver se seria conveniente casar-se com ela. Os beijos prolongados não ajudam a alcançar esse objetivo. Geralmente, faz-se isso por ser agradável, não para se chegar a uma descoberta interpessoal. De modo que, ainda que os beijos prolongados não provoquem excitação (o que poderia ser caso para uma consulta médica), são contraproducentes para o namoro. São pelo menos um pecado contra a virtude da prudência [...] Pôr-se voluntariamente em perigo de pecar já é um pecado.”
Jason Evert:
“Quando se fala de pecados de impureza, muitas pessoas pensam: “Se é um pecado mortal, então eu não quero. Mas se for só pecado venial, então não quero perder!”. Precisamos deixar de lado essa idéia minimalista que se foca em “até onde podemos ir sem ofender a Deus”.
Mesmo o menor pecado divide, enquanto a pureza faz nascer o verdadeiro amor. Elizabeth Elliot escreveu em seu livro Passion and Purity:“Como posso falar de alguns beijos imprudentes para uma geração que cresceu sendo ensinada que quase todo mundo vai pra cama com todo mundo? Daqueles que vagueiam no mar da permissividade e dos excessos, será que existe alguém que ainda olhe para o céu em busca do farol da pureza? Se eu não acreditasse que existe alguém assim, sequer me importaria em escrever.
Portanto, o beijo de língua provoca o corpo com desejos que não podem ser moralmente satisfeitos fora do casamento. Para o casal que está guardando o sexo para o casamento, o beijo de língua é como um garoto de quinze anos sentado no carro, na saída da garagem, só acelerando o carro estacionado, porque sabe que não tem carteira de motorista.
Eu acredito que o problema moral com beijo de língua é mais difícil de ser entendido pelas garotas, porque elas tendem a se excitar sexualmente de uma maneira mais gradual do que os rapazes. Se a excitação de uma mulher pode ser comparada com um ferro de passar esquentando pouco a pouco, a de um rapaz poderia ser comparada com o acender quase instantâneo de uma lâmpada elétrica. As reações sensuais em um rapaz tendem a ser mais imediatas, e quando a chama da excitação sexual se acende, um homem geralmente quer ir além [...]
Pense em guardar a paixão ardente para seu esposo ou esposa. Não apenas sua pureza será um dom e presente para seu cônjuge, ela vai fazer a afeição dele ou dela mais única para você também. No longo prazo isso vai unir os dois muito mais do que todas as “experiências” que o mundo recomenda que você tenha antes de se casar.
Pe. Luiz Carlos Lodi:
Alguns jovens, ridículos, dizem: “padre isso aqui é bom, mas está muito difícil, eu acho que não dá para fazer exatamente como está aqui, não, namorar desse jeito, ninguém agüenta…” Então, eles propõem um jeitinho, ao invés de não beijar a gente vai beijar rapidinho, ou então a gente vai beijar encostando só os lábios, mas não a língua, mas qual a distância entre os lábios e a língua? Um milímetro? Ou então “nós vamos beijar poucas vezes”.
Tudo isso é ridículo. Se vocês já foram a um posto de combustível, seja ele de gasolina ou álcool, vocês não viram e eu também nunca vi, algum tipo de placa escrito assim: “fume pouco, acenda faíscas em outro lugar, produza poucas centelhas”, ridículo, ou você não fuma ou você já joga logo fogo em cima da gasolina, ou você não produz nenhuma centelha ou então você causa logo a explosão! Com o fogo não se brinca!
Com o instinto que Deus colocou em nós, mas que é explosivo como o fogo e que é incendiário como a gasolina nós não podemos brincar. Namorados que querem fazer isso eu digo, sejam coerentes, se vocês querem fazer isso entreguem-se de uma vez à fornicação, se não querem fornicar, tratem de namorar de maneira correta! [...] O amor não se prova com abraço, não se prova com beijo, não se prova pela relação sexual, os animais também fazem isso e eles não se amam.
Uma pessoa pediu ao Prof. Felipe Aquino [7] um conselho para se precaver e não cair no pecado da masturbação, entre outras coisas o professor respondeu que a pessoa não deve permanecer em situações que "mexam" com a sua imaginação, que não deve ficar observando situações que lhe provoquem a libido, dentre essas situações ele acentuou que as pessoas não devem ficar observando casais se beijando, principalmente em filmes, novelas e afins, pois isso é um estímulo a esses pensamentos.
Concordamos que o que ele disse faz muito sentido, qualquer um sabe que isso é uma realidade, disso deduzimos: Um casal sabe que olhar os outros se beijando é perigoso por causa do estímulo, agora imagine então o que acontece se o próprio casal se beijar? Se o olhar já os coloca em perigo de pecar, o que acontece se o próprio casal realizar um ato igual? Na sua consciência você já sabe a resposta.
Como foi dito, os beijos íntimos são uma preparação para a relação sexual, isso se liga a outro ponto que as pessoas não param para pensar, todo casal que caiu no pecado do sexo antes do matrimônio estava se beijando antes de ter a relação, é praticamente impossível imaginar que um casal que namore somente de mãos dadas de repente “pule” para uma relação sexual. Então, só o fato de serem praticamente nulas as chances de um casal que namore sem estes beijos íntimos cair no pecado da fornicação já faz que este tipo de namoro seja infinitamente mais agradável a Deus do que o namoro com beijo.
Outro ponto, talvez o mais importante, nada melhor do que observarmos a vida dos santos, seus exemplos nos arrastam a Cristo e são neles que devemos nos espelhar. E tivemos uma santa de nossos tempos que viveu a vocação matrimonial, e obviamente passou pelo tempo de namoro antes de se casar, por isso podemos te-la como grande exemplo, é Santa Gianna Molla. Agora, reflitamos com seriedade, será que ela e seu namorado – e futuro esposo – o Sr. Pietro Molla tiveram um namoro com beijos íntimos? Você sabe que não tiveram, seja sincero consigo mesmo, você não imaginaria uma santa com este comportamento.
Então, você quer mesmo viver um namoro santo?
Está na hora de se perguntar se realmente você quer um namoro casto, que agrade a Deus, ou um namoro que somente satisfaça seus prazeres.
Santa Gianna disse: "Se na realização de nossa vocação devêssemos morrer, seria esse o dia mais bonito da nossa vida!".[8]
Se o sentido do namoro é a preparação para o matrimônio e sabendo que a vida matrimonial irá requerer inúmeros sacrifícios e grandes responsabilidades, só estará preparado para o casamento aqueles que estão abertos a sacrifícios deste o tempo de namoro, ainda mais quando é pro bem de si mesmo e do outro como é deixar de ter esses beijos íntimos. Quem ama de verdade não faz algo que coloque o outro em perigo de pecar.
Dois outros questionamentos comumente vistos: E se o outro não quiser um namoro assim?
Não namore, o amor se prova com sacrifícios e pela fidelidade aos mandamentos de Deus em primeiro lugar, se você já percebeu que uma coisa é agradável a Deus mas o outro não quer viver aquilo não é bom sinal, é claro que todos podem se converter, mas é algo para ser muito bem refletido, pois relacionamentos são situações que mudam nossa vida por completo, e a pior conseqüência de um relacionamento ruim é nos afastar de Deus. Há uma situação inversa que mostra como este sacrifício é um bom sinal, se um casal está se conhecendo e um deles diz que se vierem a namorar quer que tenham um namoro sem beijos íntimos, se o outro aceita é um grande sinal de que este está interessado no outro como pessoa por completo e não somente em possíveis prazeres, isto é uma verdadeira prova de amor, este primeiro sacrifício pelo outro mostra que ele está aberto aos grandes sacrifícios que possam vir no futuro.
Mas é claro, as coisas não podem ficar só nas promessas ou no empenho em viver esses bons valores somente no início do namoro, as tentações são fortes e qualquer um pode cair, devemos antes contar com a graça de Deus, ter uma vida de oração e freqüência aos sacramentos, principalmente da Eucaristia e da Confissão, sem a graça de Deus de nada adianta nossa luta. Aos que já namoram e perceberam que devem mudar o comportamento essa é a hora ideal para isso, apresente ao seu namorado (a) estes textos dos autores indicados acima, será de grande ajuda para o entendimento.
Mas vão zombar de mim! Sim, vão, mas zombaram até de Nosso Senhor, sempre zombarão dos que buscam o bem, e quando vier aquela sensação de desistência por te criticarem, seja forte, lembre-se que você é um filho de Deus e não do mundo: "Se alguém zomba de você ser casto, saiba que é o fraco que está zombando do forte, que é o derrotado que está zombando do vencedor. É por que ele não consegue fazer o que você faz que ele está zombando de você. Mas você não tem que sentir vergonha de ser casto, por que Jesus foi casto, Maria Santíssima, São José, São João Batista, São João Evangelista, São Paulo, eles nos ensinaram a virtude da castidade por que ela é maravilhosa, estamos seguindo os passos deles." Pe. Luíz Carlos Lodi
Para terminar, respondendo a pergunta do título da postagem: Os “beijos íntimos” no namoro são pecado?Sim, são pecado. Creio que depois dessas reflexões acima você percebeu que este tipo de manifestação é própria dos casados, pois é uma preparação para a relação sexual, e quando é praticado pelos não casados torna-se uma ofensa a Deus, ao outro e consequentemente a si mesmo, como foi dito, o pecado é “falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens.”, o pecado nos afasta de Deus e torna nossa vida triste e sem sentido, sempre houve pessoas que se arrependeram de viver uma vida impura mas nunca houve uma que se arrependeu de viver uma vida casta, pois uma vida assim tem sacrifícios, mas é feliz. Pense nisto, de agora em diante todas as vezes em que você estiver em alguma situação em que surja este assunto lembre-se destas reflexões mostradas na postagem.
Esta citação a frente mostra o que é verdadeiramente um namoro cristão, e que é neste tipo de namoro que devemos nos espelhar, pois é somente de um namoro casto que nasce um casamento forte, íntegro e feliz! “Dias antes do seu Matrimônio Santa Gianna escreveu ao futuro marido: "Você não acha interessante fazermos um tríduo para nos prepararmos espiritualmente antes do casamento? Nos dias 21, 22 e 23, Santa Missa e Comunhão, você em Ponte Nuovo, eu no Santuário de Nossa Senhora da Assunção. A Senhora acolherá as nossas preces e desejos e, porque a união faz a força, Jesus não poderá deixar de escutar-nos e ajudar-nos." [9]
Peçamos a Virgem Santíssima, Rainha da Pureza, e seu Castíssimo Esposo São José que roguem a Deus por nós para que vivamos uma vida casta e pura, nos caminhos que Ele designou para nós.
Passagens Bíblicas:
“Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra;
Considerando a vossa vida casta, em temor.
O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos;
Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.
Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos;”
1 Pedro 3:1-5
“11A mulher que se dá à bebida é motivo de grande cólera; sua ofensa e sua infâmia não ficarão ocultas.
12. O mau procedimento de uma mulher revela-se na imprudência de seu olhar e no pestanejar das pálpebras.
13. Vigia cuidadosamente a jovem que não se retrai dos homens, para que não se perca, achando ocasião.
14. Desconfia de toda ousadia de seus olhos, e não te admires se ela te desprezar.
15. Como um viajante sedento abre a boca diante da fonte e bebe toda a água que encontra, assim senta-se ela em qualquer cama até desfalecer, e qualquer flecha abre sua aljava.
16. A graça de uma mulher cuidadosa rejubila seu marido,
17. e seu bom comportamento revigora os ossos.
18. É um dom de Deus uma mulher sensata e silenciosa, e nada se compara a uma mulher bem-educada.
19. A mulher santa e honesta é uma graça inestimável;
20. não há peso para pesar o valor de uma alma casta.”
Eclesiastico 26 – 12,20
“23Por alto preço fostes comprados, não vos torneis escravos de homens.
24. Irmãos, cada um permaneça diante de Deus na condição em que estava quando Deus o chamou.
25. A respeito das pessoas virgens, não tenho mandamento do Senhor; porém, dou o meu conselho, como homem que recebeu da misericórdia do Senhor a graça de ser digno de confiança.
26. Julgo, pois, em razão das dificuldades presentes, ser conveniente ao homem ficar assim como é.
27. Estás casado? Não procures desligar-te. Não estás casado? Não procures mulher.
28. Mas, se queres casar-te, não pecas; assim como a jovem que se casa não peca. Todavia, padecerão a tribulação da carne; e eu quisera poupar-vos.”
I coríntios 7- 23,28
“19. Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, libertinagem,
20. idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos,
21. invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus!
22. Ao contrário, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade,
23. brandura, temperança. Contra estas coisas não há lei.
24. Pois os que são de Jesus Cristo crucificaram a carne, com as paixões e concupiscências.
25. Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito.”
Galatas 5- 19-25
“1. Agora, a respeito das coisas que me escrevestes. Penso que seria bom ao homem não tocar mulher alguma.
2. Todavia, considerando o perigo da incontinência, cada um tenha sua mulher, e cada mulher tenha seu marido.”
I coríntios 7- 1,2
- incontinência : Intemperança, sensualidade , Imoderação
“4. Não freqüentes assiduamente uma dançarina, e não lhe dês atenção, para que não pereças por causa de seus encantos.
5. Não detenhas o olhar sobre uma jovem, para que a sua beleza não venha a causar tua ruína.
6. Nunca te entregues às prostitutas, para que não te percas com os teus haveres.
7. Não lances os olhos daqui e dali pelas ruas da cidade, não vagueies pelos caminhos.
8. Desvia os olhos da mulher elegante, não fites com insistência uma beleza desconhecida.
9. Muitos pereceram por causa da beleza feminina, e por causa dela inflama-se o fogo do desejo.
10. Toda mulher que se entrega à devassidão é como o esterco que se pisa na estrada.
11. Muitos, por haveres admirado uma beleza desconhecida, foram condenados, pois a conversa dela queima como fogo.
12. Nunca te sentes ao lado de uma estrangeira, não te ponhas à mesa com ela;”
Eclesiasticos 9, 3-12
“27.Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
28.Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração.
29.Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo todo seja lançado na geena.
30.E se tua mão direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo inteiro seja atirado na geena.
31.Foi também dito: Todo aquele que rejeitar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio.
32.Eu, porém, vos digo: todo aquele que rejeita sua mulher, a faz tornar-se adúltera, a não ser que se trate de matrimônio falso; e todo aquele que desposa uma mulher rejeitada comete um adultério.”
Mateus 5, 27-32
“3. Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a impureza;
4. que cada um de vós saiba possuir o seu corpo santa e honestamente,
5. sem se deixar levar pelas paixões desregradas, como os pagãos que não conhecem a Deus;
6. e que ninguém, nesta matéria, oprima nem defraude a seu irmão, porque o Senhor faz justiça de todas estas coisas, como já antes vo-lo temos dito e asseverado.
7. Pois Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade.
8. Por conseguinte, desprezar estes preceitos é desprezar não a um homem, mas a Deus, que nos deu o seu Espírito Santo.”
I Tessalonicense 4 ,3-8
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Catecismo
§2350 Os noivos são convidados a viver a castidade na continência. Nessa provação eles verão uma descoberta do respeito mútuo, urna aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem ambos da parte de Deus. Reservarão para o tempo do casamento as manifestações de ternura específicas do amor conjugal. Ajudar-se-ão mutuamente a crescer na castidade.
§2346 A caridade é a forma de todas as virtudes. Influenciada por ela, a castidade aparece como uma escola de doação da pessoa. O domínio de si mesmo está ordenado para a doação de si mesmo. A castidade leva aquele que a pratica a tornar-se para o próximo uma testemunha da fidelidade e da ternura de Deus.
§2532 A purificação do coração exige a oração, a prática da castidade, a pureza da intenção e do olhar.
§2343 A castidade tem leis de crescimento. Este crescimento passa por graus, marcados pela imperfeição e muitas vezes pelo pecado. "Dia a dia o homem virtuoso e casto se constrói por meio de opções numerosas e livres. Assim, ele conhece, ama e realiza o bem moral seguindo as etapas de um crescimento."
§1832 Os frutos do Espírito são perfeições que o Espírito Santo forma em nós como primícias da glória eterna. A Tradição da Igreja enumera doze: "caridade, alegria, paz, paciência, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência e castidade"
§2345 A castidade é uma virtude moral. É também um dom de Deus, uma graça, um fruto da obra espiritual. O Espírito Santo concede o dom de imitar a pureza de Cristo àquele que foi regenerado pela água do Batismo.
§2351 A luxúria é um desejo desordenado ou um gozo desregrado do prazer venéreo. O prazer sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo, isolado das finalidades de procriação e de união.
§2352 Por masturbação se deve entender a excitação voluntária dos órgãos genitais, a fim de conseguir um prazer venéreo. "Na linha de uma tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral dos fiéis afirmaram sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseca e gravemente desordenado." Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade. Aí o prazer sexual é buscado fora da "relação sexual exigida pela ordem moral, que realiza, no contexto de um amor verdadeiro, o sentido integral da doação mútua e da procriação humana".
Para formar um justo juízo sobre a responsabilidade moral dos sujeitos e orientar a ação pastoral, dever-se-á levar em conta a imaturidade afetiva, a força dos hábitos contraídos, o estado de angústia ou outros fatores psíquicos ou sociais que minoram ou deixam mesmo extremamente atenuada a culpabilidade moral.
§2353 A fornicação é a união carnal fora do casamento entre um homem e uma mulher livres. É gravemente contrária à dignidade das pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem dos esposos, bem como para a geração e a educação dos filhos. Além disso, é um escândalo grave quando há corrupção de jovens.
§2354 A pornografia consiste em retirar os atos sexuais, reais ou simulados, da intimidade dos parceiros para exibi-los a terceiros de maneira deliberada. Ela ofende a castidade porque desnatura o ato conjugal, doação íntima dos esposos entre si. Atenta gravemente contra a dignidade daqueles que a praticam (atores, comerciantes, público), porque cada um se torna para o outro objeto de um prazer rudimentar e de um proveito ilícito, Mergulha uns e outros na ilusão de um mundo artificial. E uma falta grave. As autoridades civis devem impedir a produção e a distribuição de materiais pornográficos.
§2396 Entre os pecados gravemente contrários à castidade é preciso citar a masturbação, a fornicação, a pornografia e as práticas homossexuais.
§2339 A castidade comporta uma aprendizagem do domínio de si que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz, ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz. "A dignidade do homem exige que ele possa agir de acordo com uma opção consciente e livre, isto é, movido e levado por convicção pessoal e não por força de um impulso interno cego ou debaixo de mera coação externa. O homem consegue esta dignidade quando, libertado de todo cativeiro das paixões, caminha para o seu fim pela escolha livre do bem procura eficazmente os meios aptos com diligente aplicação."
§2341 A virtude da castidade é comandada pela virtude cardeal da temperança, que tem em vista fazer depender da razão a paixões e os apetites da sensibilidade humana.
§2344 A castidade representa uma tarefa eminentemente pessoal. Mas implica também um esforço cultural, porque "o homem desenvolve-se em todas as suas qualidades mediante a comunicação com os outros". A castidade supõe o respeito pelos direitos da pessoa, particularmente o de receber uma informação e uma educação que respeitem as dimensões morais e espirituais da vida humana.
§2346 A caridade é a forma de todas as virtudes. Influenciada por ela, a castidade aparece como uma escola de doação da pessoa. O domínio de si mesmo está ordenado para a doação de si mesmo. A castidade leva aquele que a pratica a tornar-se para o próximo uma testemunha da fidelidade e da ternura de Deus.
§2395 A castidade significa a integração da sexualidade na pessoa. Inclui a aprendizagem do domínio pessoal.
§2053 A esta primeira resposta é acrescentada uma segunda: "Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e segue-me" (Mt 19,21). Esta não anula a primeira. O seguimento de Jesus Cristo inclui o cumprimento dos mandamentos. A Lei não foi abolida, mas o homem é convidado a reencontrá-la na pessoa de seu Mestre, que é o cumprimento perfeito dela. Nos três Evangelhos sinópticos, o apelo de Jesus dirigido ao jovem rico, de segui-lo na obediência do discípulo e na observância dos preceitos, é relacionado com o convite à pobreza e à castidade. Os conselhos evangélicos são indissociáveis dos mandamentos.
§2341 A virtude da castidade é comandada pela virtude cardeal da temperança, que tem em vista fazer depender da razão a paixões e os apetites da sensibilidade humana.
§915 Os conselhos evangélicos, em sua multiplicidade, são propostos a todo discípulo de Cristo. A perfeição da caridade à qual todos os fiéis são chamados comporta para os que assumem livremente o chamado à vida consagrada a obrigação de praticar, a castidade no celibato pelo Reino, a pobreza e a obediência. E a profissão desses conselhos em um estado de vida estável reconhecido pela Igreja que caracteriza a "vida consagrada" a Deus.
§944 A vida consagrada a Deus caracteriza-se pela profissão pública dos conselhos evangélicos de pobreza, de castidade e de obediência em um estado de vida permanente reconhecido pela Igreja.
§2337 A castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa e, com isso, a unidade interior do homem em seu ser corporal e espiritual. A sexualidade, na qual se exprime a pertença do homem ao mundo corporal e biológico, torna-se pessoal e verdadeiramente humana quando é integrada na relação de pessoa a pessoa, na doação mútua integral e temporalmente ilimitada do homem e da mulher.
Considerações
Sexto Mandamento: Não pecar contra a Castidade
Tal mandamento nos proíbe cometer atos impuros, de qualquer espécie, de se colocar em ocasião próxima de pecar. Obriga-nos a sermos santos no corpo, isto é, de exercitar a virtude da castidade.
O sexto mandamento nos proíbe: cometer atos impuros (ou de luxúria ou libidinoso, excitação dos órgãos genitais produzida com plena consciência e vontade, de qualquer maneira) de qualquer espécie.
Diz-se completo quando provoca a efusão do sêmen (polução) pelo homem e do líquido glandular pela mulher.
Quem, com plena advertência da mente e deliberado consentimento da vontade, executa um ato impuro comete um pecado mortal, uma vez que transgride, de maneira grave, o sexto mandamento.[1]
Pecar contra a castidade não se limita a não fazer sexo antes ou fora do casamento, pois a castidade é algo que vai muito além disso
Castidade:
1. Virtude reguladora da natural inclinação para os prazeres sexuais (com relação à moral).
2. Pureza.
3. [Religião católica] Abstinência total de pensamentos, palavras e obras sensuais.